Sobre mim
Toda pessoa tem sua origem nos pais. No meu caso, os meus foram tentar a vida no Rio de Janeiro, onde tiveram dois filhos. O destino quis que eu fosse a única que nascesse em João Pessoa, Paraíba. Aqui, eles se instalaram no bairro do Costa Silva e minha mãe resolveu empreender numa farmácia. O motivo? Ela cresceu dentro de uma e era apaixonada por medicamentos, ou melhor, por ver pessoas sendo curadas. A paixão dela pelo que fazia lhe levou a ficar conhecida e ser um verdadeiro refúgio para muitos. Foi aí que veio meu amor pela saúde. Como meus pais não tiveram acesso ao ensino superior, as coisas eram mais difíceis, e prometi a mim mesma que mudaria a minha realidade pela única ferramenta possível: a educação. Assim, unindo minha dedicação nos estudos e minha paixão pela saúde, entrei no curso de Enfermagem. Mas, neste período, eu já havia conhecido o amor: Djanilson, meu maior incentivador. Com ele, aprendi que sonhos são possíveis e mais, se seus sonhos não são apenas seus, mas em benefício do próximo, vale a pena lutar por eles. É interessante como a vida tem um jeito peculiar de encaixar as peças, não é? Sabe o momento que apaixonei por ele? Quando uma mãe, com o filho sangrando aparece na farmácia dos meus pais, e precisava ir ao hospital mas ela não tinha carro, estava desesperada. Resolutivo e compassivo, ele coloca no carro o menino e a mãe. E naquele dia eu percebi a importância de ter: sensibilidade aos outros e ações práticas e isso me acompanhou em toda trajetória profissional. A vontade de socorrer quem precisa, o coração nos vulneráveis me guiaram a uma decisão: saúde pública. Me especializei, e desde que comecei minha carreira, estive no setor público. E foi aí que eu entendi que com o meu conhecimento eu podia impactar algumas pessoas, deixar uma marca positiva no mundo, ms se eu quisesse fazer uma diferença maior eu precisava entender os trâmites da administração pública, o Estado, o povo em si. De pessoas, eu entendia. Mas eu precisava entender o sistema: fui cursar Direito. Dois anos depois que terminei minha graduação, meu esposo se tornou vereador, propondo projetos de lei, materializando aquela sensibilidade e compaixão que ele tanto tem. E como Deus une propósitos e não somente pessoas, ali imaginei que estávamos cumprindo nossa missão plenamente. Mas, como a vida tem seus descaminhos, ele sofreu um AVC e hoje, infelizmente, não pode atuar. E o que eu fiz? Continuei pelos sonhos, pela missão, por ele. Pela memória da minha mãe, aquela que me estimulou a primeira paixão, saúde. Continuei pelos meus filhos, para mostrar a eles a importância de sonhar, como disse, um sonho que beneficie os outros. Continuei pelo que o menino sangrando no dia que meu esposo socorreu representa: possibilitar dignidade aos vulneráveis. Continuei por vocês. Continuei por João Pessoa.